terça-feira, 2 de setembro de 2008

ZEN - NERDISMO (________________)



Existem diversas maneiras de se encarar a obra artística, seja lá de quem for. Porque nós recebemos uma gigantesca quantidade de informação o tempo inteiro, e somos afetados de modos tão diversos quanto pode haver pessoas no mundo; nosso cérebro lida com isso processando símbolos. Dizem que o que existe no mundo não pode ser considerado simbólico apenas porque as pessoas é que criam os símbolos. Panacas. É lógico que a absurda “lógica” “ocidental” não é eficiente ao entender de simbolismo, semiótica (esperem, consulta ao dicionário… droga, não estava no lugar…) simplesmente por ser linear. Essas coisas funcionam muito melhor se visualizarmos um círculo:

Então vamos lá; devagar, agora: o simbolismo está presente no momento de criação da Coisa, que é uma materialização vinda do nosso inconsciente, dos símbolos que já estão ali, sendo trabalhados até chegar � Coisa. A passagem do imaginário de uma pessoa para o imaginário coletivo – tediosamente descrito pelo consenso judaico-cristão (no qual não confio nem para trocar uma lâmpada) como “realidade” – onde � vista das outras pessoas, começa a agir criando outras interpretações simbólicas que afetam, /(_____________)/ etc, etc, pensem em sapatos de salto alto e começarão a ter uma idéia (?).

Ou seja, os símbolos e suas interpretações lidam com um fluxo constante e cíclico, afetando as gentes e o mundo e sendo interpretados e transformados o tempo inteiro.

Isto possui uma relação com a intenção? Não, não com a intenção de produzir símbolos, necessariamente. Um trabalho artístico pode ser extremamente simbólico sem a necessidade – freqüentemente tacanha – de criar símbolos conscientemente. É claro que qualquer um pode ver a simbologia que preferir. Na verdade se formos ver mesmo, esse tipo de interpretação chega a criar problemas para alguns artistas extremamente /(_____________)/ que em seus estudos produzem excelentes trabalhos, e acabam recebendo as críticas sobre algo que nem deram tanta atenção assim (isto é especulação MINHA), muitas vezes por ter sido feito mais como… ah… um estudo (já disse “estudo”…) ou até distraidamente, ludicamente, ou seja qual for a “mente” do autor envolvida no processo naquele instante. A validade desse tipo de abordagem pode ser avaliada agora mesmo, a partir do momento que iniciarei uma apreciação de uma obra recente de um de meus desenhistas favoritos: Laerte.

Calma, ainda não; antes, alguns pontos de partida: sempre me interessei, assim como praticamente a humanidade inteira, pelo vôo, mas com o traço particular de possuir asas, já que por mais interessante que seja, o vôo como mostrado na tradição super-heroística “peca” por sua falta de naturalidade de um modo geral (não, beholders não contam).(Não escreverei um parágrafo de explicações relativas � anatomia que permite os bichos-com-asa-que-não-são-insetos voarem).

Oi. Tudo bem? Ondeus’tava? Ah!

O Problema Básico é este: o ser humano é o que é por causa dos polegares opositores (se não sabe de onde tirei isto, vá assistir “Ilha das Flores” - morrendo de vergonha - e volte a esse texto só depois de assistir). Bichos Com Asa Que Não São Insetos têm sempre 4 membros, com os anteriores tornados asas (disse “tornados asas”? Então tá) , apesar de um fóssil com os 4 convertidos ter sido achado recentemente, mas o bicho não vingou (fóssil, sacou?).

Entendeu? Se quisermos voar (voar realmente, não pegar carona em nossos animais construídos para nos carregar – aviões, carros voadores (comumente chamados helicópteros)), podem largar mão (disse “mão”? Disse bem!) desse sonho de possuir um lindo parzinho de asas presas sem nem fazer sentido (não tem, não) � s nossas costas, permitindo fazer nossos Preciosos Movimentos de Pinça, unindo nossos dedinhos delicadamente em nossos /(___________)/ para manter toda essa regência / masturbação em ritmos de teclado de computador, movendo todos independentemente para gesticular, tocar, abraçar, experimentar a textura de nossas /(____________)/ penas (Penas! Putz, mas que frustração, hum?) e alcançar os céus de mãos dadas (é o tema de Carruagens de Fogo tocando? Ah, não; Digital Underground, O(ne)K então…) em direção a /(___________)/.

Tudo isso (e mais ainda) está resumido nesta tira:


E ainda é tão difícil simplesmente parar; especular mais e mais sobre Laerte e Sua Obra, sobre o gesto de entrega e pasmo � esquerda, com seu rosto tão parecido com /(___________)/ em contraposição a este nulo ninguém ao lado, sem que suas asas sequer toquem o próprio corpo, etéreas e… cansei!

Moisés Brignoni é um autocrata pedante;
dúvidas, críticas, reclamações e sugestões podem ser enviadasao vaticano, sob os cuidados do Imperador Palpatine.
Fnord.

Moisés Brignoni
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"Ceci n'est pas une Moyza"

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